30 de agosto de 2009

"A pensar nunca resolvo o assunto. Não é a pensar que uma pessoa consegue sair de estados de alma difíceis. Nesse caso outra coisa tem de acontecer. Então, deve-se ser passivo e escutar."
ANDO IMPOSSÍVEL.

Sem poesia.

29 de agosto de 2009

Por que é que a imagem do coração está sempre, e apenas, associada a determinados sentimentos?

Por que é que não é usada para realmente representar que se sente?

Por que é que não é usada para representar as coisas do coração?

"Felizmente, a variação genética é bastante democrática e a inteligência e os talentos tanto podem nascer na Quinta da Marinha como no Casal Ventoso."

20 de agosto de 2009

" Dizem-te "faz greve", pergunta porquê.
(...)
Nunca faças nada que te peçam sem entenderes o motivo.
Não engulas histórias de solidariedade sem saber para quê, pois a sociedade manipula, enquanto o indivíduo pula, por achar que sendo obediente melhor será aceite e não mais ninguém o rejeite.
Não intervenhas sem perceber o sucedido.
Não assimiles tudo o que te é impingido.
Questiona-te.
Procura-te.
Dá significado ao conceito Cultura.
Quanto mais souberes, menos te podem enganar e, simultaneamente, tens a melhor arma para os desarmar.
Refuta.
Não te conformes.
Escuta.
Não te acomodes.
Luta pelo que queres.
Vá!

Não confundas que ser rebelde é te tornares num deliquente ou falares aos outros com rudeza, sem mesmo ter a certeza do concreto.
Rebeldamente certo é saberes te afirmar, sem teres que insultar.
Ouvir e compreender, sem teres que concordar.
É seres um, mas não só mais um, no meio da multidão.
Prezares os teus princípios.
Teres a tua própria razão.
Vota em branco, se ninguém diz a verdade.
Distingue a ficção da realidade.
Sê forte o bastante quando te tentam.
Falsas propagandas não te sustentam e, sim, a tua sabedoria.
Não te conformes.
Por mais que te induzam, não te vendas.
Por mais que te apontem, não te rendas.
(...)

Revolta-te.
Está na hora de acordares.
Revolta-te.
E nem com tudo concordares.
Revolta-te.
Conhecendo a tua causa.
Revolta-te.
Rebeldes com causa.
(...)

Nada deixes de fazer por acharem que isso é feio nas mulheres ou não te julgues menos homem por fazeres o mesmo que mulheres.
Querem-te moldar, fazer acreditar que a juventude é inconsequente.
Querem-te diminuir, fazer-te sentir inconsciente demais para serem valorizadas as tuas acções, mas, precisando, usam-te para fins capitalistas e só aí interessam essas acções.
Cria os teus próprios conceitos, não ignorando os dos outros.
Não sejas dominado
(...)
Tem consciência que não és mentalmente casto, mas dá a volta por cima.
Exterioriza essa rebeldia, sem te tornares criminoso.
Recusar qualquer tipo de guerra é que é ser corajoso.
Sê um rebelde com causa.
Sê conhecedor da tua causa.
(...)

Pedem-te silêncio, nem que por 1 segundo te cales.
Prova a ti e aos outros que também sabes fazer.
Prova que não és um boneco moldável, influenciável, porque tu és aquele que lança críticas, mas sempre com argumentos.
Tu és aquele que pensa nos actos, muito antes de os fazer.
Luta.
Conquista.
Acredita nos teus sonhos.
Não deixes que te pisem e desvalorizem.
Que digam que tudo aceitas e nada rejeitas.
Usa a tua revolta para fazer boas acções.
Usa a tua voz para mover multidões.
Não deixando que tostões e indivíduos se interfiram.
Só porque assim o fizeram, não tens que agir como agiram.
Passo a passo, cada dia será mais forte o teu saber, e mostra que um rebelde com causa sabes ser, e mostra que um rebelde com causa podes ser. "

15 de agosto de 2009


Transbordam-me da boca palavras que não se ouvem.
"Nascendo sem manual de instruções, os homens cambaleiam (...)"
"Como se o Passado e o Futuro actuassem como espelho e antítese glorificadora de um Presente em que alguma coisa não acontece."
"(...) Há uma continuidade que é a Vida. Mas este silêncio não deixa provas. (...) Quem ouviu não diz. Há uma maçonaria do silêncio que consiste em não falar dele e adorá-lo sem palavras."
"Nenhum ser humano é ilegal."
"Somos nós que medimos o tempo ou é ele que nos mede a nós? Que nos persegue? Pressiona? Atemoriza? Estrangula? Que nos conduz à velocidade? E este é o retrato (...): a correria! A produção. O ser mais rápido. (...) Andar depressa. Dormir depressa. Comer depressa. Falar depressa. Amar depressa. O melhor é o que chega primeiro. O mais capaz é o mais rápido. E assim se passa, superficialmente, pela vida. Tão apressados! E aquele que nos atrasa é inimigo."
"Dar é um acto de silêncio. Não é vontade, nem intenção. Sê tu, e, a partir disso, dás sem sentir."

14 de agosto de 2009

"Enfrentaremos a tua capacidade de infligir sofrimento com a nossa capacidade de o suportar. (...) Mas olha que nós vamos conseguir esgotar-te graças à nossa capacidade de sofrimento, e então, um dia, acabaremos por conquistar a nossa liberdade."
"O verdadeiro significado e valor da compaixão e da não-violência surge quando, finalmente, conseguimos entender o ponto de vista do nosso inimigo, escutar as suas perguntas e saber a opinião que tem sobre nós. Porque só a partir da sua visão é que nos poderemos aperceber das fraquezas mais básicas da nossa condição, e então, quando formos adultos, poderemos, assim, aprender, crescer e beneficiar da sabedoria dos nossos irmãos a quem chamamos oposição."
"Nem sempre se pode ter tudo, quantas vezes pedindo isto se alcança aquilo, que esse é o mistério das orações, lançamo-las ao ar com uma intenção que é nossa, mas elas escolhem o seu próprio caminho, às vezes atrasam-se para deixar passar outras que tinham partido depois, e não é raro que algumas se acasalem, assim nascendo orações arraçadas ou mestiças, que não são nem o pai nem a mãe que tiveram, quando calha brigam, param na estrada a debater contradições (...)"
"Se soubéssemos os segredos uns dos outros, que consolos encontraríamos?"
"teimosamente persistiu em formar uma ideia fabulosa do meu carácter, procedendo de acordo com as falsas noções que ela acarinhava"
"Mas se nos aproximássemos mais... um pouco mais... será que pensaríamos o mesmo?"
"Todos somos chamados, pelo menos uma vez, a desempenhar um papel que nos supera. É nesse momento que justificamos o resto da vida, perdida no desempenho de pequenos papéis indignos do que somos. Chegou a nossa hora. Vamos."
"Mas todo o mundo mais ou menos a falha. Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação. Diz-se: "Vou ser assim, porque a beleza está em ser assim." e nunca se é assim, é-se invariavelmente assado (...) Às vezes melhor, mas sempre diferente."
"Reformado das pescas, nem no presente tenho cabimento. Enquanto andava no mar, embalado em meu barco, eu não sofria o tempo. Porque essa ondeação era, afinal, uma dança. E a dança, já disse, é melhor maneira de fugir do tempo.
- Venha dançar, Doninha...
- Dançar, eu? Com este corpo?
Ela ri, envergonhada. Mas Luarmina não sabe:
os que dançam ficam sem corpo."
"Todavia, ela tem razão. Minhas visitas são para lhe caçar um descuido na existência, beliscar-lhe uma ternura."
"(...) é assunto delicado de pensar, faz conta um ovo: se apertarmos com força parte-se, se não seguramos bem cai."

13 de agosto de 2009

"Faz, nestas folhas de papel, um sinal, uma marca do teu corpo.

Uma unhadela. (Homenagem aos amantes.) (...)
Uma impressão digital. (Homenagem a ti.) (...)
Uma marca dos teus lábios. (...)
Uma marca do teu corpo. (Qualquer parte.) (...)
Um molde do teu corpo. (Qualquer parte.) (...)
Uma unha. (...)
Um cabelo. (...)
Um sinal da tua alegria. (...)
Uma fotografia do teu corpo. (Qualquer parte.) (...)
Um retrato do teu corpo. (Qualquer parte.) (...)
Um fragmento da tua escritura. (...)
Uma sombra chinesa do teu corpo. (Qualquer parte.) (...)
Uma peça, ou parte, do teu vestuário. (...)
Um rasgão da tua pele. (...)
Um jacto, uma gota de sangue ou sémen, ou outro excremento líquido, ou sólido, do teu corpo. (...)

Por fim, qualquer coisa, todo ou qualquer parte do teu corpo que possa ser moldada, enquadrada, formada, partilhada nestas folhas de papel.
Fá-lo com amor.
Lembra-te: o teu corpo é o meu corpo, o meu corpo é o teu corpo."
"Em vez da monótona labuta (...) temos uma razão para estar vivos! Podemos subtraír-nos à ignorância, podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis. Podemos ser livres! Podemos aprender a voar."

11 de agosto de 2009

"Saudades, em mim, nunca têm pressa. Demoram tanto que nunca chegam. Só quando eu danço me liberto do tempo - esvoam as memórias, levantam voo de mim. Eu devia era dançar todo o tempo, dançar para ela, dançar com ela."